Posto que o texto inspirado precisa ser exposto, como isso deve ser feito?
Antes que eu tente responder a essa pergunta, permita-me dirigir-nos a uma das principais razões pelas quais o texto bíblico é, até certo ponto, fechado e difícil de entender.
Isso diz respeito ao abismo cultural que se abre de forma muito ampla e profunda entre os dois mundos o mundo antigo em que Deus falou sua Palavra e o mundo moderno em que nós a ouvimos.
Quando lemos a Bíblia, retrocedemos dois milênios além da revolução do microprocessador, além da revolução eletrônica, além da revolução industrial, retrocedemos e voltamos a um mundo que há muito tempo cessou de existir.
Assim, mesmo quando lemos a Bíblia em uma versão moderna, ela parece esquisita, ela soa arcaica, ela parece obsoleta e parece antiquada.
Nós somos tentados a perguntar, como muitas pessoas fazem: O que esse antigo Livro
tem a me dizer?
Não se ressinta do abismo cultural entre o mundo antigo em que Deus falou o mundo moderno em que nós vivemos.
Não se ressinta disso porque isso nos causa problemas.
E umas das glórias da revelação que, quando Deus decidiu falar a seres humanos, ele não falou em sua própria linguagem, porque se Deus tem uma linguagem própria e nos tivesse falado por meio dela, nós certamente nunca a teríamos entendido.
Em vez disso, ele condescendeu em falar em nossas linguagens, particularmente no hebraico clássico e no grego comum.
E, ao falar as linguagens do povo, ele espelhou as próprias culturas deles, as culturas do antigo
Oriente Próximo e do mundo greco-romano e do judaísmo palestino.
E esse fato do condicionamento cultural das Escrituras, da conseqüente tensão entre o mundo antigo e o mundo moderno que determina a tarefa da exposição bíblica e coloca sobre nós nossas duas obrigações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário